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Repensar a Reforma, Reformar o Pensamento


Viva!

Teve início hoje a discussão no Fórum Ferramentas da Web 2.0.

Deseja-se muita partilha!

Já coloquei na sala virtual, no fórum já nomeado, o seguinte post:

Repensar a Reforma, Reformar o Pensamento[1]


A finalidade dos sistemas educacionais em pleno século XXI, será pois tentar garantir a primazia da construção do conhecimento, numa sociedade onde o fluxo de informação é vasto e abundante, e em que o papel do professor não deve ser mais o de um mero transmissor de conhecimento, mas o de um mediador da aprendizagem. Uma aprendizagem que não acontece necessariamente nas instituições escolares, mas, pelo contrário, ultrapassa os muros da escola, podendo efectuar-se nos mais diversos contextos informais por meio de conexões na rede global.

(Coutinho e Lisbôa, 2011:10)

Em 2009, Roberto Carneiro exortando o uso das novas tecnologias na escola afirmava que “As novas gerações são nativas da tecnologia”. É certamente inegável que as novas tecnologias são bastante utilizadas pelas crianças e jovens fazendo parte do seu quotidiano, nesta sociedade da “virtualidade” como diria Pierre Lévy. No entanto, podemo-nos questionar sobre os usos que estes, na maioria das vezes, fazem destes recursos tecnológicos enquanto utilizados como diversão e não para criar conhecimento. O uso das Novas Tecnologias numa sala de aula oferece a possibilidade dos professores poderem proporcionar aos seus alunos aprendizagens mais significativas, aprimorando o ensino e o aprendizado com maior envolvimento de todos. O facto é que informação não significa automaticamente conhecimento. Mesmo com tanta acessibilidade de informação que hoje em dia os alunos têm, em grande parte das vezes, não a utilizam para criar conhecimento, para além de que, nem sempre essa informação é fidedigna e sem espírito reflexivo e crítico aceitam tudo numa total passividade. Sendo nestas questões que a escola deverá ter um importante papel proporcionando aos alunos situações em que eles aprendam a construir conhecimento a partir dessa panóplia de informação. Os novos recursos tecnológicos poderão ser mais-valias para a aprendizagem, sendo uma questão de conhecer esses recursos e a partir daí identificar os que poderão ser utilizados para proporcionar aos nossos alunos as competências necessárias para a sua formação, entre as quais a capacidade de refletir, criticar, saber estruturar as suas ideias, saber pesquisar, analisar e selecionar, sabendo distinguir as fontes mais seguras e fiáveis.

O educador para além de reconhecer as vantagens que as tecnologias digitais representam no contexto da sua prática pedagógica, precisa estar ciente que “as tecnologias digitais demandam uma quase permanente formação, porque nessa área a inovação acontece a todo o momento, o que, por vezes, proporciona mudanças significativas nas práticas dos professores”(Monteiro e Moreira, 2015:383). Para além de conhecer e saber manipular os softwares, necessita saber adequá-los aos objetivos pedagógicos que pretende atingir.

Numa Educação pautada na lógica da mobilidade aberta em que conhecimento tende a ser compartilhado e livremente acedido, em que o estudante é “coaprendiz crítico, coautor criativo e coprodutor colaborativo” (Okada, 2011:7), coaprendizagem, coinvestigação, coautoria, são as grandes possibilidades da implantação de Atividades Pedagógicas Disruptivas. No entanto, face a essa mesma natureza disruptiva da tecnologia, colocam-se igualmente ao professor grandes desafios no que diz respeito aos limites de abertura, resistência à partilha, controlabilidade, propriedade, responsabilidade, segurança de softwares, …

No me querendo alongar mais, finalizo lembrando os quatro pilares da Unesco para educação no 3º milénio: “Aprender a Conhecer; Aprender a Fazer; Aprender a Conviver e Aprender a Ser”, certamente que "(....) ensinar e aprender nesta escola digital, recorrendo a ferramentas da web 2.0, é sem dúvida, um desafio aliciante, mas ao mesmo tempo muito exigente".


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CARNEIRO, Roberto (2009) - Fórum de Lisboa sobre Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) e Inovação na Educação, LUSA/EDUCARE - «Professores devem aproveitar as TIC», educare.pt, [em linha], 18/06/2009. [Consultado em 17 de junho de 2016], disponível em www: URL: <http://www.educare.pt/noticias/noticia/ver/?id=13766&langid=1>.


COUTINHO, Clara; LISBÔA, Eliana (2011) - «Sociedade da Informação, do Conhecimento e da Aprendizagem: Desafios para Educação no Século XXI», Revista de Educação, Vol. XVIII, nº 1, [em linha], pp. 5 – 22. [Consultado em 17 de junho de 2016], disponível em www: URL: <https://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/14854/1/Revista_Educa%C3%A7%C3%A3o,VolXVIII,n%C2%BA1_5-22.pdf>.


MONTEIRO, Angélica Maria Reis e MOREIRA, J. António (2015) - «Formação e ferramentas colaborativas para a docência na web social», Rev. Diálogo Educ., Volume 15, Número 45, Curitiba, pp. 379-397, maio/ago. 2015.


OKADA, Alexandra (2014) – Competências-chave Para a Coaprendizagem na Era Digital, Coleção Estudos Pedagógicos – Dinâmicas Educacionais Contemporâneas, 1ª Edição, Editores J. António Moreira e António Gomes Ferreira, Santo Tirso: Whitebooks.

[1] Título de uma obra de Edgar Morin

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