Book Trailers - A missão nobre de promover a literacia e inspirar os leitores - Uma maneira inovador
Os livros na minha estante não me conhecem até eu os abrir, mas tenho certeza de que se me dirigem - a mim e a todos os outros leitores - pelo nome; aguardam os nossos comentários e opiniões. Eu estou pressuposto em Platão, assim como estou pressuposto em todo os livros, mesmo naqueles que nunca lerei.
Alberto Manguel in Uma História da Leitura, p. 98.
Como estimular nas crianças e nos jovens o prazer de ler? Como muitos outros professores debato-me constantemente com esta questão.
Claro que não existem “fórmulas mágicas” para se formarem bons leitores; sou uma humilde perseguidora do Conhecimento, e bem gostaria de “agarrar” essa fórmula para a colocar em prática. Como a não possuo, apenas lhes poderei lançar pistas, sugerir "caminhos", "espicaçá-los" na sua curiosidade, propor atividades que os motivem, criar oportunidades de leitura, intensificando o contacto deles com o livro ...
Polémicas à parte sobre o papel ou o digital, a magia das palavras é igual seja em que formato for.
Mas, como nos podemos envolver emotivamente com a leitura se esta for concebida como prática rotineira e mecânica - se os livros que nos “obrigam” a ler não foram escolhidos por nós, se as estratégias metodológicas utilizadas não se adequam à realidade sociocultural dos leitores, se os livros não levarem em conta as experiências e o conhecimento dos leitores e se a leitura se reduzir a um exercício meramente retórico-linguístico, a uma simples aprendizagem mecânica do código e das suas habilidades básicas, sem uma atitude de interioridade relativamente ao lido? Para Carlos Ceia a leitura literária corresponde àquela experiência que jamais empobrece e aprisiona no limite sintático de uma frase. Esta leitura de “encantamento” exige liberdade, emoção e sensibilidade para além do positivismo das classificações retóricas, das tipologias ou da sintaxe. Mesmo na leitura de uma obra que se possa considerar de fraca qualidade literária por convenção (“uma forma de impoder”) pode-se estabelecer uma relação com as palavras de tal forma intensa que exija posteriormente leituras mais aprofundadas.
(…) o que interessa mesmo no acto de ler literariamente um livro não é a sua classificação técnica (…) mas o pathos que cada um experimenta e a forma como o conhecimento que temos do mundo se altera" ( Ceia, 1).
Na procura dos recursos disponibilizados pela Web 2.0 para produzir conhecimento efetivo, e produzir, partilhar e distribuir informação, as ferramentas da Web 2..0 possibilitam o alargar das formas de promover a leitura. Para além de, como já referido neste blogue, ao apresentar alguns dos recursos (Photopeach, Prezi, Photosnack, ...), as podermos mobilizar para o Storytelling, igualmente poderão ser mais-valias no incentivo à prática da leitura, no caso em particular pela produção de Book Trailers, como forma de mediatização de livros, sendo, portanto, um meio chave na difusão da importância da leitura. e estando alojados em plataformas digitais (Youtube, por ex.), que para além de possibilitarem a sua, rápida e fácil, difusão, permitem também que sejam alvo de comentário, crítica e até de edição.
Referências Bibliográficas
Carlos CEIA - «O poder da leitura literária (contra as formas de impoder)», ABZ da Leitura | Orientações Teóricas, Casa da Leitura, [em linha]. [ Consult. 2016, 13 de julho]. Disponível na www: <URL:http://195.23.38.178/casadaleitura/portalbeta/bo/documentos/ot_leitliter_a.pdf>.
MANGUEL, Alberto (1998) – Uma História da Leitura, tradução de Ana Saldanha, Lisboa: Editorial Presença.
Deixo-vos alguns exemplos de Booktrailer, um dos quais produzido no Photopeach, pela colega Fátima Fradique: